5.8.06

Melhores filmes de baseball

Reciclo despudoradamente o texto que postei em outro blog...


Baseball Movies…

Dizem que o melhor de todos foi “Pride of the Yankees,” (1942, Sam Greenwood). Cine-“biografia” de Lou Gehrig, um dos grandes dos NY Yankees, que desenvolveu uma doença neuro-muscular até então não-diagnosticada, de ação progressiva, acachapadora e fulminante. (Hoje em dia aqui nos ee uu ainda é apelidada de ‘Lou Gehrig;s Disease.’)

Estrela no cartaz: Gary Cooper. Filme rodado nos anos de ouro do baseball americano (antes da perda da fatia majoritária do esporte do mercado ao chamado “futebol americano” que ocorreria 15 anos depois. Coincidente também – essa mudança de preferencia de modalidade esportiva – ao mundo sinistro das soluções hecatômbicas da Guerra Fria.

Eu não vi Pride of the Yankees, portanto não posso te dizer se é motivo de orgulho ou de vergonha ou de qualquer passada entre um e outro. Mas Gary Cooper já desfere certa imagem de como o filme poderia ser.

** **

Travelling rápido para os filmes “sérios” da nossa geração.

“Bang the Drum Slowly”, de 1973, com Robert de Niro. Baseball apenas como pano de fundo para um enredo sobre morte por câncer.

“Star Wars”, 1977. Isso mesmo. “The Force is With You.” How to hit that pitch.

“Bull Durham,” 1988. Kevin Costner é o catcher veterano que quer comer a tiete-boleira Susan Sarandon. Tim Robbins, o pitcher rapazinho, bôbo e indisciplinado, é o otário que o Kevin Costner tem que amadurescer para alcançar seu potencial. No filme, a Susan ficou com o Kevin. Na vida real, ela ficou com o Tim. Need I say more? Vale apenas pelos minutos de monólogo interno do KC no batters box.

“Eight Men Out,” 1988. Dir. John Sayles. Tentativa de reconstrução do escândalo de 1919, quando uma bolsa de apostadores resolveu comprar os resultados do campeonato. Belo filme (como todos do Sayles) sempre empenhado em certa verossemelhança “histórica”. As sequências que recontroem a WS de 1919, entre os White Sox e os Reds, no entanto, forçam nas cores. Não há esporte que tolere tanta moralização. Nem na película. Destaque, no entanto, para Shoeless Joe Jackson. Capiau bom de bola que ficou por for a do arreglo.

“Field of Dreams.” Who cares? Outro delírio com o Kevin Costner. Shoeless Joe Jackson, o Friedenreich do basebol, campeia glorioso. O resto é uma bobagem sentimentaL.

“A League of Their Own..” (1992) Geena Davis x Tom Hanks. Reconstrução romântica (e cuidadosa) da All-American Girls’ Professional Baseball League. As sequências de jogo são melhores do que Field of Dreams (onde não tem sequência de jogo) e a narrativa de viagem de jogo-a-jogo muito melhor do que Bull Durham. De repente o melhor filme moderno sobre o baseball é mesmo esse.

“For the Love of the Game.” (1999) O enésimo filme de Kevin Costner com baseball no meio. Evitem. A todo o custo. A menos que a reiteração de todos os chavões sobre tudo (“Menina, você sempre foi minha estrela…”) provoquem algum calafrio.

“The Rookie” (2002) Com Dennis Quaid e… Rachel Griffith. Filme simpático num gênero surrado: o jogador passado e surrado quer dar a volta por cima, E consegue. Só que dessa vez todo o mundo convence.

2.8.06

Amigos leitores, com esse apêndice de hoje creio que todos vocês já estejam totalmente aptos a entender o jogo e o campeonato da MLB. Quero desejar bons divertimentos a vocês quando forem assistir ao jogo. Qualquer dúvida sintam-se a vontade para perguntar e podem usar o meu e-mail rrrjerdy@gmail.com

Quero também agradecer a ajuda de grande valia do companheiro de Blog CJ Ballantyne, grande responsável pela, abertura, parte gráfica, melhoria de linguagem e histórias selecionadas do baseball para algumas lições. Sem ele, esse blog e talvez esse mini-curso não existissem.

Abraços,
Rafael Rafic

31.7.06

Parte 6: A Estrutura e o Campeonato da MLB
Lição 6: A World Series


A World Series (WS) é disputada pelos campeões da AL e da NL e quem ganhar a WS é o grande campeão da temporada além de poder usar em seu uniforme o escudo da World Series no ano seguinte com a inscrição (“ano da conquista” World Champion). A World Series é disputada em 7 jogos e seu mando de campo é distribuído da seguinte forma, sendo o time representante da liga que ganhou o All-Star Game (ASG) do mesmo ano o time 1 (regra nova instituída depois do polémico empate do 2002 ASG), não importando se é ou não Wild Card:

Jogo 1: mando do time 1 (sábado)
Jogo 2: mando do time 1 (domingo)
(dayoff)
Jogo 3: mando do time 2 (terça)
Jogo 4: mando do time 2 (quarta)
Jogo 5: mando do time 2 (quinta)
(dayoff)
Jogo 6: mando do time 1 (sábado)
Jogo 7: mando do time 1 (domingo)
Quando um time ganha a sua 4ª partida a série acaba e ele é o campeão da World Series. Caso um time ganhe sua 4ª partida antes do 7º jogo, a série acaba do mesmo jeito não sendo necessário cumprir o resto da tabela.
Parte 6: A Estrutura e o Campeonato da MLB
Lição 5: Os Playoffs (LCS)


A 2º etapa dos playoffs é chamada de League Championship Serie (LCS, ALCS, no caso da AL e NLCS, no caso da NL). O campeão de cada LCS ganha o título de sua liga e irá disputar a final entre as duas ligas, a World Series (WS), além de poder usar o escudo de sua liga em seu uniforme na próxima temporada. Os 2 vencedores das LDS se enfrentam em 7 jogos e os mandos de campo são assim distribuídos, sendo o time 1 o time de melhor campanha na temporada, a não ser no caso do Wild Card, quando, não importando sua campanha ele sempre será o time 2:

Jogo 1: mando do time 1
Jogo 2: mando do time 1
(dayoff, dia de descanso)
Jogo 3: mando do time 2
Jogo 4: mando do time 2
Jogo 5: mando do time 2
(dayoff)
Jogo 6: mando do time 1
Jogo 7: mando do time 1

Quando um time ganha a sua 4ª partida a série acaba e ele está classificado para a próxima etapa. Caso um time ganhe sua 4ª partida antes do 7º jogo, a série acaba do mesmo jeito não sendo necessário cumprir o resto da tabela.
Parte 6: A Estrutura e o Campeonato da MLB
Lição 4: Os Playoffs (LDS)


Os playoffs de cada liga seguem a mesma forma, mas é feito de forma independente para que na grande final (a World Series) sempre um time da NL enfrente um time da AL. Inicialmente cada liga emparelha seus playoffs assim: o time de melhor campanha na temporada enfrenta o Wild Card, enquanto o time de 2ª melhor campanha enfrenta o time de 3ª melhor campanha, no que é chamados League Divison Serie (LDS, ALDS, no caso da AL ou NLDS, no caso da NL). Caso o WC seja da mesma divisão do time de melhor campanha, então o WC enfrenta o time de 2ª melhor campnha. As LDS são disputadas em 5 jogos e o mando de campo é feito na seguinte base, sendo o time 1 o time de melhor campanha na temporada, a não ser no caso do Wild Card, quando, não importando sua campanha ele sempre será o time 2:

Jogo 1: mando do time 1
Jogo 2: mando do time 1
Jogo 3: mando do time 2
Jogo 4: mando do time 2
Jogo 5: mando do time 1

Quando um time ganha a sua 3ª partida a série acaba e ele está classificado para a próxima etapa. Caso um time ganhe sua 3ª partida antes do 5º jogo, a série acaba do mesmo jeito não sendo necessário cumprir o resto da tabela.
Parte 6: A Estrutura e o Campeonato da MLB
Lição 3: Temporada Regular (calendário e classificação para os playoffs)


Cada time joga 162 vezes por temporada, sem um número exato de confrontos contra cada time. Nada impede que se jogue 12 vezes contra um time em um ano, e no ano seguinte se jogue apenas 6 vezes contra esse mesmo time (essa divisão de jogos se baseia em rodízios de confrontos de divisão com divisão e em contas matemáticas baseadas no desempenho dos times nos últimos anos), apenas é obrigado a jogar contra TODOS os times de sua liga pelo menos 6 vezes por ano (3 em casa e 3 fora). O único número fixo é de confrontos com cada time dentro da mesma divisão, mesmo assim cada divisão tem um número.

A pouco tempo foi criada, mais para efeitos comerciais mas conta para a classificação final e os 162 jogos, as rodadas interligas, em que um time da AL enfrenta um time da NL, mas só se enfrentam uma divisão da AL contra uma divisão da NL por vez (mesmo assim não se jogam contra todos os times da mesma divisão), além dos clássicos municipais ou regionais (New York Yankees x New York Mets, Chicago White Sox x Chicago Cubs, etc.). Ao final da temporada os campeões de cada divisão além dos melhor 2º colocado de cada liga passam para os playoffs (os 2º colocados classificados são chamados de Wild Card, WC).
Parte 6: A Estrutura e o Campeonato da MLB
Lição 2: Temporada Regular (divisões)


A temporada regular do campeonato anual da MLB normalmente começa no 1º domingo de Abril e termina no 1º domingo depois do dia 26 de setembro e os playoffs começam na 3ª feira ou 4ª feira subseqüente ao final da temporada regular e tem seu último jogo sempre marcado para o último domingo de outubro. Para a disputa do campeonato, cada uma das ligas é divida em 3 divisões fixas (não existe rebaixamento ou ascenção de times, todo ano são sempre os mesmos 30 times que disputam o campeonato), as quais hoje estão divididas assim:

AL East (leste): New York Yankees, Boston Red Sox, Toronto Blue Jays, Baltimore Orioles e Tampa Bay Devil Rays
AL Central: Chicago White Sox, Detroit Tigers, Minnesota Twins, Cleveland Indians e Kansas City Royals
AL West (oeste): Los Angeles Angels of Anahein, Oakland Athetics, Texas Rangers e Seattle Mariners
NL East: New York Mets, Philadelphia Phillies, Atlanta Braves, Washington Nationals e Florida Marlins
NL Central: Saint Louis Cardinals, Chicago Cubs, Cincinnati Reds, Milwaukee Brewers, Pittsburgh Pirates e Houston Astros
NL West: Colorado Rockies, San Diego Padres, San Francisco Giants, Los Angeles Dodgers e Arizona Diamondbacks

28.7.06

Parte 6: A Estrutura e o Campeonato da MLB.
Lição 1: A MLB


A MLB basicamente é a união de duas ligas, histórico e teoricamente independentes, a Liga Americana (American League, AL) com 14 times e a Liga Nacional (National League, NL) com 16 times, mas que na prática elas estão hoje mais ligadas, quase formando um só corpo. Não o faz porque mesmo sendo elas participantes da MLB, têm o direito de usar regras diferentes para seus jogos, o que faz com que, historicamente, times da AL só joguem contra times da AL, e da NL contra da NL. Quase todas as regras diferentes entre elas são apenas floreios, como tipo de capacete e posição dos juízes em campo, mas tem uma que é especialmente importante, a regra do rebatedor designado (Designated Hitter, DH). Essa regra consiste em o time poder trocar na line-up de rebatedores o pitcher (que em 99,99% dos casos é horrível com o bastão) por um jogador que só entra em campo para bater no lugar do pitcher.

Essa regra é permitida na AL, mas é rejeitada na NL e é também uma das maiores (se não a maior) polêmicas do baseball atual. Em raros casos (ou na World Series ou em Interleagues Games) em que um time da AL enfrenta um time da NL valerá a regra da liga do time da casa. A MLB tam também um comissário que na teoria é o supervisor oficial para evitar fraudes de resultados (foi instalado após uma séria crise de credibilidade, quando o time do Chicago White Sox, hoje Black Sox por causa desse escândalo, foi comprado pelo Cincinnati Reds na World Series de 1919), mas na verdade é o chefão da liga e funciona como o presidente da MLB, hoje o comissário maior é o Sr. Allan “Bud” Selig. Sua eleição é uma das coisas mais intrincadas e subjetivas na “Constitution of the MLB”.

27.7.06

Parte 5: O Confronto Pitcher x Batter
Lição 2: O Confronto


Cada arremesso que o pitcher dá pode ser um strike ou uma bola (ball). Em um confronto o máximo de strikes arremessados será 3 e o máximo de bola, 4. Caso um arremessador consiga o 3º strike, é o chamado strikeout (K) e o rebatedor está eliminado. Caso o arremessador arremesse a 4ª bola, o rebatedor recebe o base on balls (apelidado de walk). O arremesso será um strike caso a bola passe dentro da Strike Zone entre o caminho pitcher-catcher. Caso a bola não passe pela Strike Zone, mas o rebatedor move o bastão e esse entra na Strike Zone o arremesso também contará como strike (é o chamdo swinging strike). Um strikeout não pode ser dado por uma foul ball, a não ser que tenha sido um bunt. Logo toda foul ball, sem ser bunt, com 2 strikes já previamente arremessados não conta como um strike (isso permite que o at-bat, como se chama o confronto com 1 rebatedor, dure infinitos arremessos, isso se chama “proteger a Strike Zone”). Todo arremesso que não foi um strike será uma bola.


Parte 5: O confronto Pitcher x Batter
Lição 1: A Zona de Strike


Chegamos a última parte do curso básico. O Confronto entre o pitcher e o batter, além de tomar mais de 90% do tempo das partidas, é a alma do baseball. Consiste em uma série de arremessos que o pitcher arremessa ao batter até que esse último seja eliminado ou chegue em base. Mas antes de explicar o confronto é necessário explicar o que é a Zona de Strike (Strike Zone), que talvez seja a maior dificuldade do iniciante de baseball (pelo menos foi a última coisa que aprendi), mas tentarei simplicifar ao máximo. A Strike Zone é uma zona imaginária e tri-dimensional.

Na teoria ela é um prisma de base pentagonal (sendo que o pentágono é regular) e tem suas dimensões de comprimento e largura iguais a do home plate (o home plate é a única base pentagonal, as outras são quadradas mesmo), na verdade sua base é a projeção do plano do HP na altura do joelho do rebatedor, já a altura da zona fica entre os joelhos do rebatedor no momento em que ele está preparado para rebater e a metade do tronco do rebatedor. Mas na verdade, cada juíz tem a sua Strike Zone, um pouco deslocada, maior ou menor, em relação a teoria. O mais importante é que o juíz mantenha a mesma Strike Zone para ambos os times.

21.7.06

Parte 4: O Ataque
Lição 3: A corrida de bases


É permitido aos corredores que estão nas bases tentar correr até a próxima base enquanto o arremessador está preparando seu arremesso, é o roubo de bases (base steel). Normalmente nesses casos o catcher, após receber a bola do pitcher, a arremessa em direção a base que está sendo roubada, tentando evitar o roubo e eliminar o ladrão (o termo usado é esse mesmo) por tag out. Se o catcher consegue eliminar é o chamado roubo pego (caught steeling), se o arremessador chega salvo a base é a chamada base roubada (stolen base). Quando um catcher percebe que alguém irá tentar roubar uma base, ele através de códigos avisa ao arremessador, que poderá, ao invés de arremessar para o rebatedor, arremessar em direção a base em que o corredor deveria estar, o obrigando a voltar. Caso o infilder consiga pegar a bola e aplicar o tag out antes do rebatedor voltar à base de origem é o chamado pickoff (não consegui arranjar uma palavra que traduzisse isso).

Se o catcher não conseguir pegar o arremesso do pitcher e a bola escapar, os corredores podem avançar por conta própria, tomando o risco de tomar tag out após a bola ser recuperada. Em um fly out, caso o corredor esteja com o pé na base na hora em que o outfielder pegou a bola ele poderá tentar avançar bases caso queira. Também é comum um rebatedor dar um bunt, isso quer dizer apenas deixar o taco encostar na bola para que ela bata rapidamente no chão, não vá longe e seja uma bola válida, permitindo o avanço do corredor que já está em base, mas normalmente (a não ser em casos de rebatedores muito ligeiros) o rebatedor é eliminado nessa situação. Caso o arremessador cometa uma falta no jeito de arremessar, é considerado um Balk e é permitido a todos os corredores avançar uma base sem serem eliminados.
Parte 4: O Ataque
Lição 2: A Eliminação


Um rebatedor pode ser eliminado por strikeout (explicarei melhor quando chegarmos na parte “O confronto pitcher x batter”), por fly out, por ground out ou por tag out. Um fly out é quando a defesa pega a bola antes dela tocar no chão (o rebatedor está automaticamente eliminado). Um ground out é quando a bola bate no chão e o rebatedor é eliminado porque chegou depois da bola na 1B. Explicando: quando a bola bate no chão, é obrigação do rebatedor chegar na 1B, nesse caso, quando alguém da defesa com a bola na mão (ou na luva) toca a 1B e o rebatedor ainda não chegou lá ele estará eliminado. Um tag out é quando o defensor toca o rebatedor (ou qualquer outro correrdor) com a mão que está segurando a bola. Existem casos em que o rebatedor não é eliminado, mas um corredor que já estava em bases, foi eliminado.
Quando isso acontece, mesmo o rebatedor chegando salvo em base não é considerado uma rebatida válida. A eliminação do corredor pode acontecer por tag out (já explicado acima) ou por force out. O force out usa o mesmo principio do ground out. quando a bola bate no chão e o rebatedor tem que estar na 1B, caso já tenha um corredor 1B, ele é forçado a ir para a 2B. Se a bola chegar na 2B antes do corredor que estava na 1B, o corredor está eliminado. O force out também vale para eliminação na 3B caso a 1B e a 2B já estiverem ocupadas ou para eliminação no home plate caso as bases estejam lotadas (1ª, 2ª e 3ª bases ocupadas). Pode-se combinar na mesma jogada mais de uma eliminação, quando 2 jogadores são eliminados na mesma jogada é o chamado double play, quando 3 são eliminados na mesma jogada, é o triple play (jogada rara, nunca acontece mais de 10 vezes em uma temporada).
Parte 4: O Ataque
Lição 1: o ataque


Ele é composto pelos rebatedores e pelos corredores. Os corredores são rebatedores que conseguiram chegar em bases, mas ainda não conseguiram chegar no home plate. A principal função do rebatedor é conseguir chegar em bases sem eliminar ninguém. Ele pode chegar em base por 3 modos: um hit (uma rebatida válida), um base on balls (também chamado de walk, explicarei melhor como fazer isso quando chegar na 2ª lição da parte “O confronto pitcher x batter”), que dá o direito ao rebatedor andar até a 1B sem poder ser eliminado ou quando ele toma um hit by pitch (quando o pitcher acerta o corpo do rebatedor com o arremesso). Para uma rebatida ser válida ela precisa cair entre as duas linhas de falta (home plate-3B prolongada e home-plate-1B prolongada) ou então sair do campo de jogo entre os foul poles (podendo bater neles).
Nesse último caso é o chamado home-run, a jogada mais importante do baseball, sendo permitido a todos os corredores que já estão nas bases, além do rebatedor, chegar no home plate sem pressa, já que a defesa não poderá eliminá-los. Para uma rebatida ser válida ela não pode, em hipótese nenhuma, ultrapassar as linhas de falta antes da bola chegar na altura da 1ª ou da 3ª base, mesmo se ela tiver tocado o chão antes. Caso isso ocorra é uma foul ball e nada poderá acontecer, a jogada estará morta e volta-se ao estágio anterior ao pitch. Caso a bola caia fora da área entre as linhas de falta nem passe entre os fouls poles também será foul ball. Caso um rebatedor tenha chegado na 1ª base e achar que pode chegar na 2ª base antes de alguém tocar a bola nele, nada o impede, a mesma coisa para a 3ª base. Se com uma rebatida ele chegar na 1B, é uma single (simples), se chegar na 2B, é uma double (dupla), se chegar na 3B, é uma triple (tripla) se chegar ao Hp, é um home-run (corrida para casa).

Parte 3: A defesa
Lição 8: The Outfield

(Leftfield, Centerfield e Rightfielders).

Esquerda, Centro e Direita. Ou como preferem os hispanohablantes, "jardinero de izquierda, de centro, o de derecha..."

Mas não importa o idioma. Pela lógica do jogo, na teoria, o outfield seria lugar de jogadores ligeiríssimos e com um braço forte junto com uma enorme pontaria. Na prática, principalmente o RF e o LF, são lugares dos "Sluggers", excepcionais rebatedores de força. Em segundo lugar -- como na prática é secundária a habilidade secundária-- a aptidão pelas artes da luva na defesa.

Mas nem tudo é detrito, refugo, entulho. Até por questão de sobrevivência. O ponto nodal do Outfield é sempre o centro: o Centerfielder seu príncipe. Geralmente é o jogador mais veloz (correndo em linha reta) do time, pois a área de campo que lhe é dada a cobrir é a mais ampla de todas.

Como reza o ditado, o segredo de um bom conjunto defensivo é "Strength Up the Middle": Força pelo Meio. Ou seja, ter jogadores competentes no eixo central do campo: Catcher, Pitcher, Second Base e Shortstop e... lá atrás, cento e tantos metros ou mais do Homeplate, o Centerfielder.

O CF é o xerife do outfield e na dúvida a jogada é sempre dele, por isso não é recomendável que se aloje sluggers nesse lugar do campo. Jogadores importantes da atualidade: Vladmir Guerreiro (dominicano), Barry Bonds (americano, acusado de ser o “líder” dos anabolizados -- alô EBQSL lawyers...), Gary Sheffield (americano), Hideki Matsui, Ichiro Suzuki (os dois são japoneses), Carlos Beltrán (porto-riquenho), Andruw Jones (Ilhas Curaçao) e Johnny Damon (americano).

Mas não vamos desmerecer os talentos dos rightfielders. Roberto Clemente, rightfielder dos Pittsburgh Pirates de 1955-1972, tinha um canhão no braço, uma luva de seda, e uma rebatida de monstro. Morreu num desastre de avião em Nicarágua em dezembro de 1972 durante missão humanitária na esteira do terremoto que assoloara Manágua. Em Puerto Rico, sua terra natal, e no East Harlem e ainda em Pittsburgh, ele já é Orixá.



Nas fotos: a esquerda, Roberto Clemente.

Acima. 29 de setembro de 1954. O lugar? The Polo Grounds, em Upper Manhattan. Estádio dos New York Giants. A ocasião? Primeira partida do World Series contra o Cleveland Indians. E a jogada? Uma rebatida monstruosa de 150 metros de distância (igual de altitude) direcionada aos fundos cavernosos da centerfield na Polo Grounds, um dos campos de beisebol de geografia mais idiossincrática de todos os tempos.

Willie Mays, o center fielder dos Giants, que jogava um tanto adiantado no outfield naquele pitch-count do primeiro inning, só pôde ouvir o timbre da tacada de Vic Wertz detonando aguda no arremesso, girou, partiu à toda em pique para recuperar a trajetória do bólido, agarrou o petardo que vinha caindo acelerado do céu pelas suas costas e, ainda incrédulo e sem boné -- que voara pela aceleração de sua própria corrida ao encontro da bola -- olhou por um microssegundo na luva, ajeitou os dedos, girou e completou a jogada com um rifle de arremesso à segunda base para eliminar o base-runner na segunda. Double-play.

E a jogada entrou no folclóre simplesmente como "The Catch."

Mays, o melhor centerfielder do jogo moderno, achava uma besteira o endeusamento de seus talentos nessa jogada. "Fiz mil jogadas mais impossíveis," protestava ele, "mas essa entrou no rol só por ser na World Series e por ter sido em Nova Iorque, onde todas as câmeras rolavam o tempo inteiro."

Em 1957, Willie Mays e o resto dos New York Giants transferiram-se para São Francisco, na grande migração (ou traição) que levaria também os Brooklyn Dodgers para Los Angeles.

Fora isso, os Giants ganharam a World Series de 1954.

18.7.06

Parte 3: A Defesa
Lição 7: O Third Base



O 3B precisa ter o braço e a visão periférica potentíssimos para poder encaixar as rebatidas rasteiras em sua direção e em seguida arremessar a bola (rápido) para a 1B, antes do rebatedor chegar nela.

Posição de canto -- e dos cantos, o mais próximo à Home Plate -- é um lugar de perigo: no folclóre do jogo é conhecida como "A Esquina Quente" (The Hot Corner). Posição que exige reflexos micro-instantâneos, já que quem ocupa ela tem que estar pronto para receber qualquer míssil rebatido em sua direção, ela comporta apenas quem estiver em condições favoráveis de preparo físico e mental.

Uma rebatida bem dada em sua direção pode ser uma dupla ou até uma tripla (o rebatedor chega na 2ª base, ou na 3ª) ou uma mera eliminação. Ou até uma fatalidade. Tudo depende do trabalho do 3B. Jogadores Importantes: Alex Rodriguez, Eric Chavez (americano), David Wright (americano, surpresa revelada ano passado), Miguel Cabrera (venezuelano), Nomar (inverso do nome do pai, Ramon) Garciaparra (americano) e Scott Rolen (americano).

Na foto: Montagem sequencial em preto-e-branco de Brooks Robinson, do Baltimore Orioles, completando mais uma de suas jogadas impossíveis: agarrando a rebatida antes mesmo dela tocar ao solo e levantando a luva para os oficiais da arbitragem bem ver. Robinson, que jogou entre 1955 e 1977, tinha como apelido "o Aspirador de Pó Humano." Não: nada de comparações com Dieguito Maradona. É que ele encaixava mesmo todas que passavam por perto.

Nota do CJB: quando eu tinha uns 12 anos vi uma jogada do Brooks Robinson na World Series de 1970 contra os Cincinatti Reds: rasteira a sua direita que ele agarrou se esticando todo e, a contrapé do arremesso necessário a 1B, rodou como um gato jogado em zinco quente e desferiu uma bala certeira no centro da luva do 1B. Tudo isso, ao que parecia, sem tocar no chão, ou ter-se levantado dele. A jogada inteira-- do arremesso do Pitcher, à rebatida rasante e feroz rente à lateral esquerda do campo, ao encaixe do Brooksie, sua jogada a 1B, e ao encaixe antecipando por mera micro-fração de passada a chegada do rebatedor -- não durou mais do que 3 segundos de início ao fim.



















Parte 3: A defesa.
Lição 6: o Shortstop.

O SS atua no infield entre a 2a e a 3a base. É chamado por alguns o "xerife" do infield. (Na verdade a chefia do infield é distribuída entre diversos jogadores, dependendo do momento e das circunstâncias táticas da jogada. Por exemplo: até o arremesso do pitcher quem comanda é o catcher; caso o rebatedor rebata, o comando passa a ser do shotstop.)

Na teoria os times privilegiam nessa posição defensores de grande habilidade atlética, coordenação (tanto dos pés como das mãos) e agilidade (tanto física como mental), não importando muito sua força no bastão. Como grande proporção das rebatidas "rasteiras" tendem a passar pela faixa do campo entre a 2a e 3a base, o Shortstop tende a ser um dos jogadores mais intensamente exigidos defensivamente no decorrer do jogo.

Assim como o Second Baseman, ele precisa ser ágil e destemido. Se a bola for rebatida em cima do Second Baseman é o SS que faz a proteção da segunda base. Os jogadores mais completos da liga normalmente ficam nessa posição. Jogadores Importantes: Derek Jeter (americano), Miguel Cabrera (dominicano), Michel Young (americano), e Alex Rodriguez (americano, atualmente jogando na 3B, mas passou 7 anos jogando de SS).

Na foto: Ozzie Davis do St Louis Cardinals (uniforme branco, detalhes vermelhos) deslanchando a "virada" do Double-Play com seu arremesso à primeira base. Smith, "The Wizard of Oz," atuou nas grandes ligas entre 1978 e 1996. Foi um dos melhores na posição em todos os tempos.







Parte 3: A defesa.
Lição 5: o second base. O 2B fica um pouco mais a direita da 2B base, também intercepta bolas rasteiras ou de baixa altura. Precisa ser ágil, com excelentes reflexos e sem medo de se machucar para poder dar rápidos arremessos para 1B mesmo quando o corredor vai de propósito de carrinho em cima de sua perna. Tem que ter bom entrosamento com o Shortstop.

Este entrosamento se põe à prova na execução do Double Play -- a "matada dupla" (Lição 4.x) -- que exige uma sintonia coreográfica tanto para eliminar o corredor que vem disparado da 1B como para eliminar o rebatedor em plenas pernas tentando alcançar a primeira base antes que a bola o alcance.

Independente disso, impedir que o adversario chegue à segunda base é de suma importância táctica para o time defensor. O 2B reveza com o Shortstop a responsabildade da proteção da segunda base, já que ambos se posicionam equidistantes da mesma.

E por que a segunda base é tão cobiçada? Por ser ela a plataforma de lançamento de qualquer jogador do ataque capaz de alcançar correndo o Home Plate ao menor contato do rebatedor com o arremesso.

É uma posição que está passando por certa renovação, sem estrelas ainda, apenas grandes promessas como Robinson Cano (dominicano) e Brian Roberts (americano). Seu maior nome na atualidade, Alfonso Soriano (venezuelano) se mudou para o outfield esse ano.

Mas historicamente foi a posição tanto de grandes jogadores como de jogadores medíocres, já que o arremesso à primeira base sempre foi -- e continua sendo -- a jogada de menor distância e de menor risco no manual do jogo.

Excelentes na posição foram Bill Mazeroski (que, pelos Pittsburgh Pirates, marcou o Home Run no final do jogo contra os NY Yankees no World Series de 1960) e Joe Morgan, veterano dos Cincinatti Reds dos anos 60, 70 e 80 que hoje comenta (chatamente) os jogos do MLB pela ESPN.

Willie Randolph, que hoje do banco comanda os New York Mets, era 2B dos Yankees nos anos 80.

Na foto: Wally Backman, dos NY Mets, executando um Double-Play, aéreo diante do "slide" de Tony Gwynn, rebatedor mestre e campeão pelos San Diego Padres, em 1984.

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